Estava sozinho em casa, meus irmãos haviam viajado para o litoral e meus pais estavam em um jantar, iriam demorar para voltar. Resolvi assistir um filme na sala, chovia muito lá fora, uma verdadeira tempestade, os relâmpagos iluminavam parcialmente, de tempos em tempos, a rua escura e mal iluminada em frente a minha casa, dando um ar sombrio a tudo, minha única opção de passatempo era o filme então me sentei na poltrona em frente à TV, preparei o DVD, e comecei a assisti-lo.
Depois de um tempo acabei pegando no sono e por volta da uma e meia da madrugada acordei com um som estranho vindo da cozinha (O próximo cômodo depois da sala) parecia um par de tênis sendo arremessado no chão, trinta segundos depois o pássaro (um daqueles elétricos que emitem som quando sentem vibrações) que estava pendurado em cima de mim na parede apitou bem alto, o único detalhe era que ele estava sem pilhas!!Ao ouvir aquilo senti os pêlos dos meus braços se arrepiarem totalmente, engoli seco, criei coragem e olhei para traz para tentar ver alguma coisa na cozinha escura, a chuva continuava forte, de repente uma lufada de vento forte sacudiu as janelas da sala ao meu lado, no mesmo instante, ao olhar para traz somente com o cantinho dos olhos, pude ver um vulto atravessando a cozinha rapidamente, dei um salto e fiquei de pé, aquilo não poderia ser verdade, paralisei por um tempo, sem ação, com os olhos fixos na cozinha, de repente, o mesmo som que havia me acordado, aconteceu de novo, BLUUM! Sapatos caindo no chão, e mais uma vez o vulto! Só que dessa vez deu para ver melhor, o que quer que fosse que estava na minha cozinha era alto, vestia um sobretudo preto, e usava um chapéu igualmente escuro também, me lembro até da alça que prendia o chapéu, era marrom, aquilo fez com que eu saísse correndo imediatamente dali, nem me importei com a TV ligada ou com o filme, simplesmente corri debaixo daquela chuva forte até a garagem e fiquei lá, esperando que alguém chegasse.
Pouco tempo depois meus pais chegaram, antes deles entrarem em casa eu fingi que estava tudo normal, eles perguntaram o que eu estava fazendo na garagem a aquela hora da noite, e eu disse que tinha visto um rato passando por lá e tentei capturá-lo, enquanto isso eles tiravam seus casacos e se dirigiam a cozinha, quase os impedi de entrar lá, até que o meu pai acendeu a luz, nada de estranho parecia ter acontecido, tudo parecia estar normal, diante disso senti um alívio enorme, pouco tempo depois resolvi ir dormir, meus pais já iam para o quarto também, quando percebi um brilho estranho no chão, algo que refletia à luz do foco, eram marcas de sapato, e não poderiam ter sido feitas pelos meus pais, pois o meu pai estava de sandália e a minha mãe de salto alto.
Então, quem fez aquelas marcas de sapatos, as quais eram bem grandes, mas "Grandes Mesmo"?
Julio Milek - Curitiba - PR